E-commerce brasileiro procura profissionais. E não acha - Asplan Sistemas

E-commerce brasileiro procura profissionais. E não acha


São Paulo – O comércio eletrônico caminha a passos largos no Brasil.
Neste ano, o faturamento do setor deve ultrapassar a marca de 22 bilhões
de reais. Se a estimativa se confirmar, a área vai experimentar um
crescimento de 20% em relação às vendas do ano passado, muito superior
ao tímido desempenho esperado do restante da economia nacional: 1,5%.

O
e-commerce nacional pode registrar outro recorde neste ano: 40 milhões
de brasileiros (metade dos usuários de internet no país) devem fazer ao
menos uma compra em uma das 30.000 lojas on-line existentes. E o mercado
deve ser aquecido ainda pela chegada da Amazon,
gigante americana do varejo eletrônico, o que deve ocorrer entre o fim
deste ano ou início de 2013. Apesar de tantos indicadores positivos – e
justamente por causa desse crescimento acelerado – o comércio eletrônico
já se ressente da falta de profissionais. é o que revela levantamento
realizado pela e-bit, empresa que consolida dados do e-commerce
nacional, em parceria com a Universidade Buscapé Company, do grupo
Buscapé, e obtido com exclusividade por VEJA.com.

A pesquisa ouviu 274 profissionais de pequenas e médias empresas de
e-commerce de todo o Brasil, sendo que mais da metade delas tinha postos
abertos para contratação imediata nos últimos seis meses. Contudo, a
constatação mais importante do estudo preocupa: em 65% dos processos de
seleção, os candidatos não estavam preparados para ocupar as vagas
oferecidas. O problema revelado pela amostragem é confirmado por
companhias de todo porte e também analistas. Prejuízo para o setor? “é
evidente”, afirma Gerson Rolim, diretor de marketing da Câmara
Brasileira de Comércio Eletrônico. “Projetos precisam ser paralisados ou
atrasados, a inovação perde velocidade.”

A relativa
escassez de mão de obra especizada é, na análise da e-bit, fruto do
crescimento acelerado do e-commerce no Brasil. “é um segmento
relativamente novo, que demanda novas competências em intervalos de
tempo muito curtos”, diz Pedro Guasti, diretor geral do e-bit. Um bom
exemplo disso é o cargo de gerência de mídia social, responsável por
interagir com potenciais consumidores em perfis corporativos no Twitter,
Facebook e YouTube. O posto mal existia em grande parte das empresas
até dois anos atrás e agora já exige conhecimentos profundos sobre
investimento em publicidade naquelas plataformas. Outro exemplo de
demanda que se impõe às empresas é o chamado m-commerce: há um ano, as
compras via celular eram irrisórias (em muitos casos ainda são), mas as
empresas já sabem que é para lá que caminha o consumidor.

Falar-se
genericamente em e-commerce é como não falar nada. O setor se expandiu e
fragmentou em várias subáreas específicas. Hoje, está dividido em dois
grandes campos, técnico e de negócios, repartidos, por sua vez, em
várias subdivisões. O primeiro campo engloba as funções de designer,
desenvolvedor web e de plataformas móveis, enquanto o segundo fica com
gerência de e-commerce, marketing digital, mídia social, logística,
benchmarking, metadados e  call center. Não é pouco. Devido à
diversidade, os salários variam muito: segundo o último levantamento
feito pelo Catho, serviço que reúne ofertas de empregos e currículos,
relativo a 2012, a média dos vencimentos do setor vai de 800 reais (caso
de auxiliares) a 16.400 (diretores).

recrutamento
Se faltam profissionais qualificados, sobram vagas. Segundo levantamento
da reportagem de VEJA.com, três dos maiores sites de e-commerce do país
(Fast Shop, Netshoes e Nova Pontocom) possuem quase duas dezenas de
vagas a serem preenchidas. No caso da Fast Shop, especializada em
eletroeletrônicos, postos de assistente de e-commerce estão abertos há
quase dois meses. A empresa não comenta a situação.

Na Nova Pontocom, empresa do grupo Pão de Açúcar que controla as
marcas CasasBahia, Extra e Ponto Frio na internet, a solução encontrada
foi formar as pratas na casa. “Formamos times com profissionais
provenientes de diversas áreas da empresa”, diz Cássia Soumaili, gerente
de recursos humanos do grupo. “Ainda assim, encontramos dificuldades
para encontrar profissionais que reúnam visão de negócio, habilidade em
gestão de pessoas e certa experiência no comércio eletrônico.”

A
Netshoes, maior loja virtual de esportes e lazer da América Latina,
segue o mesmo caminho. Desde janeiro de 2010, mantém um projeto de
capacitação de funcionários visando, é claro, a comercialização virtual.
“Em 2011, dedicamos 42.000 horas à preparação de nossas equipes. Neste
ano, em apenas nove meses ultrapassamos aquela marca, com 60.000 horas”,
diz Luciana Machado, gerente de recursos humanos da Netshoes. O curso é
o embrião da Universidade Netshoes, que será inaugurada em 2013 para
garantir o aprendizado constante dos funcionários – exigência do
e-commerce.

O mundo acadêmico também vai auxiliar as
empresas nessa tarefa. Em 2013, a Faculdade Impacta, em parceria com a
Universidade Buscapé Company, promoverá pela primeira vez um MBA
dedicado exclusivamente ao e-commerce. “Criamos o curso por conhecer as
dificuldades de contratação no setor”, diz Felipe Moraes, coordenador do
curso. “Quando ingressei no mercado digital, fui rejeitado por três
grandes empresas de varejo on-line justamente porque não tinha
experiência. Ou seja: conheço o problema de perto.” Bom para os
profissionais, bom para os consumidores.

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/carreira/e-commerce-brasileiro-procura-profissionais.-e-nao-acha.-17102012-8.shlhttp://info.abril.com.br/noticias/carreira/e-commerce-brasileiro-procura-profissionais.-e-nao-acha.-17102012-8.shl

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