Eleições 2012: a web pega ou não? - Asplan Sistemas

Eleições 2012: a web pega ou não?


Existem 82,4 milhões de internautas no Brasil, segundo o levantamento
mais recente do Ibope Nielsen Online. O número mostra que 43.3% da
população estão na rede. São pessoas que não precisam esperar pelas
notícias, elas vão atrás, e como 2012 é ano de disputa eleitoral, quem
intenciona ser prefeito ou vereador no País precisa se atentar a isso.

Desde 5 de julho, os aspirantes aos cargos estão liberados para fazer campanha na internet, o que inclui uso de sites e redes sociais
– o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apenas não permite ações pagas.
Mas isso não significa que é só criar um perfil e sair postando qualquer
coisa. “A política no Brasil engatinha, em termos de marketing
eleitoral. Eles atacam o espaguete na parede pra ver o que gruda”,
aponta o estrategista de marketing digital e político Gabriel Rossi.

Influencia ou não?

Nos
Estados Unidos – que também passarão por eleições neste ano – há um
cuidado específico com a rede desde que Barack Obama mostrou quão fortes
podem ser as ferramentas digitais, em 2008. Mas naquela época, o País
estava em um momento de espera por mudanças, o que fez crescer a
mobilização populacional e, por isso, a internet acabou sendo
determinante.

O Brasil passava por isso de 2002 a 2003, ano em
que Fernando Henrique Cardoso entregou a Presidência a Luiz Inácio Lula
da Silva. Em 2010, quando Dilma Rousseff venceu as eleições, ela
assumiria o cargo de um companheiro de partido, era uma onda de
continuidade, por isso as redes não se destacaram tanto na campanha
vitoriosa. Neste ano, é preciso analisar a situação política de cada
município para saber se a web pega ou não.

“Em cidade com
perspectiva de mudança a internet é mais forte. As pessoas querem mudar,
então elas se tornam mais engajadas”, diz Rossi. De acordo com ele,
três pontos são fundamentais para se entender a importância do recurso
em cada localidade: penetração da banda larga, interesse da população e
conjuntura política.

Professor titular da USP (Universidade de
São Paulo), o consultor político e de comunicação Gaudêncio Torquato
acredita que em 2012 a internet – em especial, as redes sociais
– terá um papel mais importante na disputa do que em anos anteriores. O
crescimento na quantidade de internautas, por si só, já é um indício,
uma vez que há mais pessoas acompanhando a vida política através de uma
mídia alternativa.

“A conscientização sobre política e a maior
integração causada pela rede têm contribuído para um processo muito mais
intenso. Do ponto de vista da troca de ideias de candidatos, isso
começa a mostrar uma participação mais forte do eleitorado”, esclarece.

Como
exemplo, ele cita o primeiro debate ocorrido entre os que disputam
prefeituras. Durante o encontro e até o dia seguinte, as pessoas usavam
sites como Twitter e Facebook para discutir o desempenho de cada candidato. “Não vejo as redes sociais como fator decisivo, mas é complementar.”

O que fazer?

E os políticos sabem o que fazer nesse espaço? Antecipando-se à questão, o Facebook criou uma cartilha para ajudar os concorrentes norte-americanos que cai como uma luva para os brasileiros. Aqui, critica Rossi, “tem muito candidato que usa o Facebook como santinho digital”. “é o típico exemplo de seguir a tecnologia e não o comportamento.”

Fica
também um alerta aos que têm pendências perante à sociedade:
internautas podem acabar com a sua campanha. “Os eleitores não compram
gato por lebre. Se um candidato corrupto quiser utilizar a rede, vai
encontrar gente bastante contrária que possa refutar suas propostas”,
adverte Torquato. “Da mesma forma que alguém pode inventar um perfil
falso desse candidato e, neste momento, os tribunais regionais
eleitorais precisam intensificar a fiscalização.”

Este é outro
problema a ser enfrentado, a criação do que Gabriel Rossi chama de
“boateiro profissional”. Quem está na corrida eleitoral pode contratar
gente para espalhar informações falsas pela rede, seja a seu favor, seja
na intenção de derrubar os adversários. O especialista considera isso
um movimento bem perigoso, porque as histórias se viralizam rapidamente.
E cada vez mais os influenciadores têm conquistado espaço na rede.

E você, leitor, acha que a internet ajuda a decidir voto?

Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/qual-o-papel-da-internet-nas-eleicoes-brasileiras-deste-ano

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