Nenhum país está preparado para guerra virtual, diz Exército brasileiro - Asplan Sistemas

Nenhum país está preparado para guerra virtual, diz Exército brasileiro


Nos últimos anos um novo campo de batalha foi criado. A internet,
desenvolvida justamente por militares norte-americanos, hoje é um
elemento vital a ser defendido junto com a infra-estrutura do país.

Enquanto EUA e China ensaiam possíveis invasões mútuas, outros países
correm para melhorar sua defesa cibernética. é o caso do Brasil, que
trabalha na criação do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber) vinculado
ao Ministério da Defesa.

Inaugurado no ano passado, o CDCiber atua com outros órgãos para
melhorar a proteção virtual brasileira. Mesmo assim, “nenhum país no
mundo está totalmente preparado para um ataque cibernético massivo”,
defende o general do exército José Carlos dos Santos, chefe do CDCiber,
em entrevista exclusiva ao Olhar Digital.

Ele cita como exemplos ataques organizados contra a Estônia (2007) e
Georgia (2008), que inviabilizaram os principais serviços de utilidade
pública, paralisando as infraestruturas dos países. No livro “Cyber
War”, de Richard A. Clarke, o autor comenta que esse tipo de ofensa
teria poder para derrubar a rede elétrica de uma nação.

Reprodu??o
 General José Carlos dos Santos. Foto: Folha de S. Paulo

“O atacante tem de ter condições técnicas e políticas para realizar tal
tipo de ataque, o que necessita de uma conjectura internacional de
guerra tradicional”, diz Santos. Os EUA, por exemplo, já declararam
estar dispostos a retaliar com força física um ataque virtual massivo.

No
Brasil, os programas militares cibernéticos são “extensivamente
defensivos”. “Estamos tornando nossas redes mais resistentes a todos os
tipos de ataque – o que não exclui preparação para um eventual conflito
declarado”, conta o general.

Apesar de achar pouco provável uma
guerra declarada com armas cibernéticas contra o país, Santos afirma que
o CDCiber tem treinamentos para, por exemplo, neutralizar uma rede de
ataque. “Ano passado fizemos o primeiro curso de guerra cibernética.
Isso revela nossa intenção de conhecermos armas que poderiam ser
utilizadas contra nós”, argumenta.

O mesmo se aplica a bombas nucleares. “O Brasil nunca vai fazer uso
deste tipo de armamento, que renuncia nossa constituição. Mesmo assim,
dentro da estrutura militar, temos uma equipe de defesa contra ataques
químico-nucleares porque, afinal de contas, a bomba nuclear existe, mas
esperamos que ela jamais seja empregada pelo Exército brasileiro. Isso
também acontece com a arma cibernética, que existe e pode ser
desenvolvida, mas seu uso não condiz com a postura pacífica do país”,
explica o general.

Santos esclarece que o CDCiber está mais
preocupado com ataques simples orquestrados em grandes eventos, como o
derrubamento de sites e pixação de serviços, muitas vezes causados por
ações hacktivistas.

A estrutura do Centro e os detalhes de seu funcionamento para manter as redes nacionais seguras você pode conferir na primeira parte desta matéria, publicada na terça-feira.

Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/negocios/digital_news/noticias/o-brasil-esta-preparado-para-uma-guerra-virtual

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